Data
Sábado, 13 Abril 2024
Cidade
Porto
Orientadora
Fernanda Botelho
Nº máximo de participantes
18 pessoas
Públicos
todos
Local
Cemitério Prado do Repouso
horário
Caminhada #1 · 10h30 — 13h00
Caminhada #2 · 14h30 — 17h00
VALOR
17€ / pessoa
(gratuito: ≤ 6 anos | 8€: 7 aos 12 anos)
SOBRE A ATIVIDADE
Desde os primeiros rituais fúnebres que o homem tenta encontrar um lugar comum entre os que partem e os que ficam. As plantas que habitam os cemitérios, especificamente as cultivadas, os arranjos florais ou aquelas alegoricamente representadas na estatuária fúnebre, surgem frequentemente neste contexto como a forma simbólica de honrar e proteger os mortos, ou de expressar sentimentos tão variados como a partida, a recordação, a dor, a saudade, o amor.
E que leituras poéticas podemos fazer da flora espontânea do contexto cemiterial? Estarão os mortos a dar-nos “oferendas” (simbolicamente falando) sem que nos apercebamos disso? Serão as plantas espontâneas o terreno onde vivos e mortos se tocam e comunicam? Poderá a flora silvestre comestível que desponta nos caminhos do cemitério, nas juntas de mármore dos jazigos ou na terra que cobre o caixão dos nossos entes queridos, ser a forma que os mortos têm de nutrir e cuidar dos vivos?
Nestas caminhadas, vamos percorrer o cemitério do Prado com os olhos postos na diversidade vegetal — seja ela cultivada ou espontânea, de grande porte ou rasteiro, viva ou inanimada, decorativa ou ritualística —, expandindo narrativas e desenvolvendo novas formas de nos relacionarmos com estes locais, sobretudo associados com a perda. Vamos aprender sobre os usos alimentares, terapêuticos e simbólicos da flora silvestre enquanto deambulamos, para assim encontrarmos o cipreste altaneiro (que indica o caminho do céu e evoca a ideia de imortalidade a partir da sua folha perene), a perpétua-das-areias (que simboliza, literalmente, a eternidade, por manter a sua cor e aspecto inalterados durante muito tempo depois de cortada), a calêndula (cujas pétalas se fecham sempre que o sol não brilha, representando assim o desgosto) ou a pervinca (designada pelos italianos como fiore di morte e usada na decoração de caixões de crianças desde a época medieval).
As ligações entre a morte e a vida, a ritualidade, a posse da terra, o direito ao cultivo, a agricultura urbana, o uso de químicos na prática funerária contemporânea, a compostagem de cadáveres humanos (técnica fúnebre ecológica que acelera a transformação do corpo em terra *), o simbolismo das plantas ou o versículo do livro de Génesis “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás”, são alguns dos temas paralelos que iremos explorar durante este percurso.
* A compostagem humana é um procedimento legal em vários países, de redução orgânica natural que demora entre seis a oito semanas. É considerada uma técnica mais ecológica do que os enterros e as cremações, já que exige menos espaço, energia e recursos naturais como a madeira. Os restos humanos são colocados num recipiente que é decomposto rapidamente pela ação conjunto da água, calor, mulch e micróbios. O solo resultante, rico em ossos e nutrientes, é depois devolvido à família que o pode espalhar num jardim, para nutrir um canteiro ou como fertilizante da horta.
SOBRE O LOCAL
O Prado do Repouso, o primeiro cemitério público da cidade do Porto, é provavelmente o caso de estudo adequado para ensaiarmos respostas a estas questões. O Prado do Repouso surgiu em 1839 nos terrenos de uma antiga quinta de recreio, a Quinta do Prado do Bispo, e é um espaço invulgar no panorama cemiterial nacional: os seus 10 hectares são bastante agradáveis, espaçosos, verdes e arborizados; acredita-se, inclusivamente, que algumas das suas árvores mais grandiosas, como o plátano (Platanus x acerifolia), o Tulipeiro-da-Virgínia (Liriodendron tulipifera) ou o Cipreste-japonês (Chamaecyparis obtusa) datam dessa época. Para além disso, acolhe uma arte funerária muito própria, com obras de Soares dos Reis ou Teixeira Lopes, onde se destaca a predominância do neogótico, a monumentalidade dos jazigos e, naturalmente, a utilização do granito.
Inscrição e Pagamento:
1. Para realizar a sua inscrição, clique no botão de "INSCRIÇÃO" no início desta página e de seguida preencha o formulário que aparece.
(Caso encontre alguma dificuldade neste processo, pode inscrever-se por email através do info@arecoletora.com, indicando o seu nome completo, idade, telemóvel, comprovativo de pagamento e qual a caminhada na qual pretende participar)
2. As instruções e os dados de pagamento são igualmente disponibilizados no formulário. Pode efetuar o pagamento do valor da inscrição através de uma das seguintes modalidades:
a) Transferência Bancária: para a conta PT50 0035 0787 0069 9487 3007 4 da Caixa Geral de Depósitos, em nome de Maria Ruivo;
b) MB Way: para o telemóvel 926 212 867, de Maria Ruivo.
3. Para finalizar a inscrição na atividade, clique em "SUBMETER". Receberá automaticamente uma cópia das suas respostas para o endereço de email que forneceu.
4. Num prazo de cinco dias após a submissão do formulário, um email de "confirmação de inscrição" é enviado pela equipa d' A Recoletora ao participante, juntamente com algumas informações importantes como o ponto de encontro da atividade.
Política de cancelamento de inscrição:
Caso o participante pretenda cancelar a sua inscrição na atividade, poderá fazê-lo com direito a reembolso completo até 8 dias antes da realização da mesma. A partir dessa altura não nos é possível efectuar qualquer reembolso.
Política de cancelamento da atividade:
Caso a atividade seja cancelada devido a condições meteorológicas pouco favoráveis à sua realização ou por motivos de força maior, a escolha de uma das seguintes opções será proposta ao participante:
a) re-agendamento de uma nova data para a realização da atividade, de acordo com a disponibilidade do grupo.
b) reembolso total do valor pago aquando da inscrição.