Nº de partes comestíveis (5 / 6)
Nome científico
Malva sp.
Família de plantas
Malvaceae
NOME VULGAR
Malva
NOMES COMUNS
Malva-comum, malva-das-boticas, malva-maior, malva-selvagem e malva-silvestre
NOME INGLÊS
Mallow
NOME FRANCÊS
Mauve
CURIOSIDADES HISTÓRICO-CULTURAIS
As malvas são provavelmente uma das plantas espontâneas mais utilizadas em Portugal, principalmente para fins terapêuticos. Eram já conhecidas no século VIII a.C. e usadas tanto na culinária como na medicina. Os gregos e os romanos apreciavam-nas muito. Os pitagóricos, por exemplo, consideravam a malva uma planta sagrada, capaz de libertar o espírito da escravatura das paixões. Era também recomendada por alguns médicos gregos para aliviar e tratar picadas de insetos. Os romanos, por seu lado, recorriam à malva para curar as ressacas depois das orgias, devido às suas propriedades calmantes e anti-inflamatórias sobre o aparelho digestivo. Plínio, o Velho, historiador e investigador romano que morreu durante a erupção do Vesúvio, aconselhava uma poção à base de suco de malva para evitar indisposições durante todo o dia. Na idade Média, tanto a alteia (Althaea officinalis) como as várias espécies de malvas e lavateras, pertencentes à família Malvaceae, eram cultivadas nos jardins dos mosteiros e usadas pelos monges para fins terapêuticos. Como planta ornamental, foi igualmente mandada plantar por Alexandre Magno nos seus jardins imperiais. As sementes da malva também figuram na medicina tradicional chinesa.
DESCRIÇÃO BOTÂNICA
e formas de identificação
Planta herbácea [1], vivaz [2] de 40cm a 100cm de altura, de raiz aprumada [3], caule ereto a prostrado-ascendente, ramificado e aveludado, com folhas lobadas arredondadas sobre grandes pecíolos [4]. Flores rosa-púrpura ou lilás, nervadas de escuro, brotando em cachos na axila [5] das folhas superiores; a corola apresenta cinco pétalas unidas na parte inferior. Os frutos peludos estão divididos e encerrados num cálice persistente e ordenados em círculo.
[1] HERBÁCEA é uma planta popularmente designada como erva, de caule flexível e não lenhoso (sem capacidade de produção de madeira). Podendo adquirir a altura e os efeitos de um arbusto. Possui um ciclo de vida curto.
[2] VIVAZ é uma planta que vive mais do que 2 anos, florescendo ou frutificando, regra geral, mais do que uma vez. O termo aplica-se, particularmente, às plantas cuja parte aérea é herbácea e se renova anualmente, a partir de rizomas, tubérculos ou bolbos.
[3] APRUMADA é uma raiz que apresenta uma estrutura principal de comprimento e tamanho maior do que as demais. Possui ramificações ou raízes secundárias. A raiz principal é responsável por fazer a fotossíntese e as secundárias pela absorção de nutrientes e água.
[4] PECÍOLO é a parte da folha que liga a lâmina ao ramo ou ao caule.
[5] AXILA ângulo interno formado pela folha com o caule ou o ramo em que se insere.
HABITAT E DISTRIBUIÇÃO
As malvas surgem em solos ricos em azoto, porosos, bem drenados e húmidos, e desenvolvem-se principalmente em habitats ruderais (do latim: ruderis; "entulho", "cascalho", "escombros", "ruínas"), ou seja, ambientes fortemente perturbados pela ação humana, como depósitos de entulho, bermas de estradas e caminhos, e até lixeiras, mas também em baldios e terrenos incultos.
Nativas da Europa e da Ásia ocidental, as malvas encontram-se também no noroeste de África, na região mediterrânica e Macaronésia. São abundantes em Portugal, do Minho ao Algarve, em terrenos até aos 1300 metros de altitude, estando também presentes nas ilhas da Madeira e Açores.
FIG 11. Mapeamento da espécie em Matosinhos e no Porto. Locais de observação — Perafita, Leça, Aldorar e Fontainhas.
PROPRIEDADES Nutricionais
A malva é extremamente rica em mucilagens, especialmente na raiz, o que lhe confere grande parte dos seus méritos terapêuticos e culinários. Devido ao seu teor em antocianinas, taninos e flavonoides, glicósidos, ácidos fenólicos, e clorofila tem um interessante potencial antioxidante. Contém ainda óleos essenciais, clorofila, caroteno, vitamina A, B1, B2, C e sais minerais. As sementes secas contêm cerca de 18 a 25% de proteínas e cerca de 35% de gorduras.
USOS ALIMENTARES
A malva é uma planta de sabor suave e bastante delicado para uma verdura de folhas escuras, se compararmos com couves e espinafres, por exemplo. Possui um alto teor de mucilagem (substância vegetal viscosa que aumenta de volume sob a ação da água) que, do ponto de vista gastronómico, é mais sentida nas raízes e nas folhas. Devido a esta propriedade, quando submetidas ao calor, dão uma textura cremosa e espessante a todos os preparados.
Todas as partes da planta são comestíveis com a exceção do caule, por ser fibroso. As suas raízes podem ser usadas em guisados ou em sopas; cozidas e depois fritas em alho ou cebola são um bom acompanhamento de arroz, carne ou peixe; fervidas podem transformar-se numa pasta viscosa; o caldo do seu cozimento substitui em parte a clara de ovo, servindo para aglutinar e dar textura em sobremesas e doces. A raiz deve ser ser bem lavada e raspada antes de cozinhada. Prefira as raizes de plantas mais jovens.
As folhas das malvas podem ser utilizadas como o espinafre, as acelgas, as couves e a alface. Na preparação de saladas e pratos crus, procure as folhas mais jovens e tenras (como referência de tamanho na hora da colheita, pense no diâmetro do fundo de uma garrafa); já para cozinhados quentes, todas as folhas são recomendadas, inclusive as maiores e mais velhas. A textura aveludada das folhas da Malva sylvestris não é atractiva para todos os gostos. Por isso, uma boa opção pode ser branqueá-las, ou seja, ferver água numa panela, submergir as folhas por 30 segundos (no máximo) e de seguida passá-las por água fria até que estejam novamente à temperatura ambiente. Este processo faz com que o verde das folhas fique mais vibrante ao mesmo tempo que a textura se suaviza.
As flores, de sabor suave e levemente adocicado no nectário, devem ser usadas em pratos frios, para que não percam a sua forma. Podem ser adicionadas a saladas, usadas como guarnição, para finalização e decoração. Podem ainda ser cristalizadas para uso em pastelaria, ou desidratadas.
Os frutos estão prontos a comer, depois de retirada a fina película que os envolve. Quando estão verdes e tenros, têm um sabor a ervilha. Em conserva, ganharão o gosto das especiarias e ervas que os acompanham.
PARTES COMESTÍVEIS
raiz
CAULE
FOLHA
FLOR
FRUTO
SEMENTE
época de colheita
Verão / Outono
×
Primavera
Primavera
Primavera / Verão
Primavera / Verão
modos de preparo
cozinhado
×
cru / cozinhado / conserva / bebida
cru / desidratado / cristalizado / compota / bebida
cru / cozinhado
come-se dentro do fruto
SUGESTÕES ALIMENTARES
em salteados, sopas, guisados; a água do seu cozimento dá uma pasta viscosa útil para espessar os preparados.
×
em saladas, sandes, sopas, salteados, preparados com ovos, crepes, batidos e infusões
Ingrediente muito ornamental; em saladas, em gelados, em infusões e bebidas, como ornamento em cubos de gelo, adicionadas a picles de vinagre branco conferem cor.
como aperitivo, em saladas, na decoração de pratos, em picles.
RECEITAS
PLANTAS COMESTÍVEIS SEMELHANTES
Em Portugal existem várias plantas silvestres comestíveis aproximadas e de usos idênticos à Malva Silvestre, todas pertencentes à família Malvaceae, como são exemplo: a Althaea officinalis, de seu nome popular alteia mas também conhecida em algumas regiões por malvaísco ou malvavisco, a Althaea rosea, conhecida por malva-real ou malva-da-Índia, ou a Lavatera Arborea vulgarmente chamada malva-arbórea.
OUTROS USOS
Desde a antiguidade que a Malva é muito utilizada para tratar problemas do foro digestivo, em casos de inflamação e irritação, em úlceras gástricas e do duodeno, gastrite, colite, catarros, faringite, laringite, bronquites, tosse, tendo uma forte ação expetorante e emoliente. É ainda útil no tratamento de infeções urinárias e ginecológicas, na forma de lavagens. Em cataplasmas pode utilizar-se para extrair furúnculos, abcessos, estilhaços ou outras impurezas e inflamações da pele. Em clisteres, para limpeza dos intestinos, revestindo-os ao mesmo tempo de uma camada de mucilagem. Quando tomada na forma de tisana tem uma ação suavemente laxante. Usada em gargarejos é muito útil para tratar inflamações da boca e gengivas. Quando mastigados, os frutos da malva largam um líquido gomoso que cria uma camada protetora, cicatrizante e anti-inflamatória na boca e no estômago.
São particularmente nutritivas para as mulheres em fase de amamentação porque estimulam a produção de leite. Além disso, sob a forma de compressas, servem para tratar os mamilos gretados durante a amamentação.
A variedade alteia é muito utilizada no fabrico de xaropes e rebuçados contra a tosse, mas também na produção dos famosos marshmallows (espécie de gomas brancas e/ou cor-de-rosa muito apreciada pelas crianças), que já os antigos Egípcios faziam a partir de um pó obtido da raiz como oferta aos seus deuses e faraós.
Sempre que seja necessário um efeito calmante do aparelho digestivo, urinário ou respiratório as malvas ou a alteia são um bom remédio de ação suavizante.
A malva é um ingrediente frequente na composição de cosméticos e pomadas. Com a ação da malva é possível tratar borbulhas; para isso basta juntar raiz de malvas (ou alteia) em pó a qualquer creme de pele neutro, misturar bem e aplicar esta máscara sobre borbulhas ou furúnculos da pele, deixar actuar por 15 a 20 minutos e depois retirar com água morna. O resultado é uma pele mais limpa, sedosa e elástica.
Os corantes creme, amarelo e verde podem ser obtidos da planta e das cabeças das sementes. A fibra obtida das hastes é útil na criação de cordas, tecidos e papel.
A malva é uma espécie de fácil cultivo e crescimento, que não requer cuidados. Caso queira plantar malvas na sua horta e tirar delas o melhor partido, escolha um terreno arenoso em pleno sol, onde produzirá uma maior colheita de folhas. É igualmente importante ter em conta o seu porte, sobretudo se escolher as variantes mais arbustivas, e não esquecer que esta planta tem raízes profundas. Deve-se semear de Fevereiro a Abril. As malvas são resistentes a temperaturas negativas até -20° C.
Atrai abelhas e outros insetos polinizadores para o seu jardim.
PRECAUÇÕES
Não se conhece nenhum perigo para a saúde relacionado com o consumo da Malva sylvestris. De facto, esta espécie é de tal modo inócua que deu origem à expressão popular espanhola "eres una malva", usada para caracterizar as pessoas bondosas e delicadas.
*A Recoletora e os seus autores não se responsabilizam por quaisquer incidentes ou efeitos adversos decorrentes do uso de plantas ou remédios neste site mencionados, e declinam qualquer responsabilidade sobre eventuais erros, omissões ou uso indevido das informações aqui contidas. Apesar de correctas, as sugestões terapêuticas não pretendem funcionar como alternativa a uma consulta médica especializada.
Nº de partes comestíveis (5 / 6)
Nome científico
Malva sylvestris
Família de plantas
Malvaceae
NOME VULGAR
Malva
NOMES COMUNS
Malva-comum, malva-das-boticas, malva-maior, malva-selvagem e malva-silvestre
NOME INGLÊS
Mallow
NOME FRANCÊS
Mauve
CURIOSIDADES HISTÓRICO-CULTURAIS
As malvas são provavelmente uma das plantas espontâneas mais utilizadas em Portugal, principalmente para fins terapêuticos. Eram já conhecidas no século VIII a.C. e usadas tanto na culinária como na medicina. Os gregos e os romanos apreciavam-nas muito. Os pitagóricos, por exemplo, consideravam a malva uma planta sagrada, capaz de libertar o espírito da escravatura das paixões. Era também recomendada por alguns médicos gregos para aliviar e tratar picadas de insetos. Os romanos, por seu lado, recorriam à malva para curar as ressacas depois das orgias, devido às suas propriedades calmantes e anti-inflamatórias sobre o aparelho digestivo. Plínio, o Velho, historiador e investigador romano que morreu durante a erupção do Vesúvio, aconselhava uma poção à base de suco de malva para evitar indisposições durante todo o dia. Na idade Média, tanto a alteia (Althaea officinalis) como as várias espécies de malvas e lavateras, pertencentes à família Malvaceae, eram cultivadas nos jardins dos mosteiros e usadas pelos monges para fins terapêuticos. Como planta ornamental, foi igualmente mandada plantar por Alexandre Magno nos seus jardins imperiais. As sementes da malva também figuram na medicina tradicional chinesa.
DESCRIÇÃO BOTÂNICA
e formas de identificação
Planta herbácea [1], vivaz [2] de 40cm a 100cm de altura, de raiz aprumada [3], caule ereto a prostrado-ascendente, ramificado e aveludado, com folhas lobadas arredondadas sobre grandes pecíolos [4]. Flores rosa-púrpura ou lilás, nervadas de escuro, brotando em cachos na axila [5] das folhas superiores; a corola apresenta cinco pétalas unidas na parte inferior. Os frutos peludos estão divididos e encerrados num cálice persistente e ordenados em círculo.
[1] HERBÁCEA é uma planta popularmente designada como erva, de caule flexível e não lenhoso (sem capacidade de produção de madeira). Podendo adquirir a altura e os efeitos de um arbusto. Possui um ciclo de vida curto.
[2] VIVAZ é uma planta que vive mais do que 2 anos, florescendo ou frutificando, regra geral, mais do que uma vez. O termo aplica-se, particularmente, às plantas cuja parte aérea é herbácea e se renova anualmente, a partir de rizomas, tubérculos ou bolbos.
[3] APRUMADA é uma raiz que apresenta uma estrutura principal de comprimento e tamanho maior do que as demais. Possui ramificações ou raízes secundárias. A raiz principal é responsável por fazer a fotossíntese e as secundárias pela absorção de nutrientes e água.
[4] PECÍOLO é a parte da folha que liga a lâmina ao ramo ou ao caule.
[5] AXILA ângulo interno formado pela folha com o caule ou o ramo em que se insere.
HABITAT E DISTRIBUIÇÃO
As malvas surgem em solos ricos em azoto, porosos, bem drenados e húmidos, e desenvolvem-se principalmente em habitats ruderais (do latim: ruderis; "entulho", "cascalho", "escombros", "ruínas"), ou seja, ambientes fortemente perturbados pela ação humana, como depósitos de entulho, bermas de estradas e caminhos, e até lixeiras, mas também em baldios e terrenos incultos.
Nativas da Europa e da Ásia ocidental, as malvas encontram-se também no noroeste de África, na região mediterrânica e Macaronésia. São abundantes em Portugal, do Minho ao Algarve, em terrenos até aos 1300 metros de altitude, estando também presentes nas ilhas da Madeira e Açores.
FIG 11. Mapeamento da espécie em Matosinhos e no Porto. Locais de observação — Perafita, Leça, Aldorar e Fontainhas.
PROPRIEDADES Nutricionais
A malva é extremamente rica em mucilagens, especialmente na raiz, o que lhe confere grande parte dos seus méritos terapêuticos e culinários. Devido ao seu teor em antocianinas, taninos e flavonoides, glicósidos, ácidos fenólicos, e clorofila tem um interessante potencial antioxidante. Contém ainda óleos essenciais, clorofila, caroteno, vitamina A, B1, B2, C e sais minerais. As sementes secas contêm cerca de 18 a 25% de proteínas e cerca de 35% de gorduras.
USOS ALIMENTARES
A malva é uma planta de sabor suave e bastante delicado para uma verdura de folhas escuras, se compararmos com couves e espinafres, por exemplo. Possui um alto teor de mucilagem (substância vegetal viscosa que aumenta de volume sob a ação da água) que, do ponto de vista gastronómico, é mais sentida nas raízes e nas folhas. Devido a esta propriedade, quando submetidas ao calor, dão uma textura cremosa e espessante a todos os preparados.
Todas as partes da planta são comestíveis com a exceção do caule, por ser fibroso. As suas raízes podem ser usadas em guisados ou em sopas; cozidas e depois fritas em alho ou cebola são um bom acompanhamento de arroz, carne ou peixe; fervidas podem transformar-se numa pasta viscosa; o caldo do seu cozimento substitui em parte a clara de ovo, servindo para aglutinar e dar textura em sobremesas e doces. A raiz deve ser ser bem lavada e raspada antes de cozinhada. Prefira as raizes de plantas mais jovens.
As folhas das malvas podem ser utilizadas como o espinafre, as acelgas, as couves e a alface. Na preparação de saladas e pratos crus, procure as folhas mais jovens e tenras (como referência de tamanho na hora da colheita, pense no diâmetro do fundo de uma garrafa); já para cozinhados quentes, todas as folhas são recomendadas, inclusive as maiores e mais velhas. A textura aveludada das folhas da Malva sylvestris não é atractiva para todos os gostos. Por isso, uma boa opção pode ser branqueá-las, ou seja, ferver água numa panela, submergir as folhas por 30 segundos (no máximo) e de seguida passá-las por água fria até que estejam novamente à temperatura ambiente. Este processo faz com que o verde das folhas fique mais vibrante ao mesmo tempo que a textura se suaviza.
As flores, de sabor suave e levemente adocicado no nectário, devem ser usadas em pratos frios, para que não percam a sua forma. Podem ser adicionadas a saladas, usadas como guarnição, para finalização e decoração. Podem ainda ser cristalizadas para uso em pastelaria, ou desidratadas.
Os frutos estão prontos a comer, depois de retirada a fina película que os envolve. Quando estão verdes e tenros, têm um sabor a ervilha. Em conserva, ganharão o gosto das especiarias e ervas que os acompanham.
PARTES COMESTÍVEIS
RAIZ
Época de colheita: Verão / Outono
Modos de preparo: cozinhado
Sugestões alimentares: em salteados, sopas, guisados; a água do seu cozimento dá uma pasta viscosa útil para espessar os preparados.
FOLHA
Época de colheita: Primavera
Modos de preparo: cru / cozinhado / conserva / bebida
Sugestões alimentares: em saladas, sandes, sopas, salteados, preparados com ovos, crepes, batidos e infusões
FLOR
Época de colheita: Primavera
Modos de preparo: cru / desidratado / cristalizado / compota / bebida
Sugestões alimentares: Ingrediente muito ornamental; em saladas, em gelados, em infusões e bebidas, como ornamento em cubos de gelo, adicionadas a picles de vinagre branco conferem cor.
FRUTO
Época de colheita: Primavera / Verão
Modos de preparo: cru / cozinhado
Sugestões alimentares: como aperitivo, em saladas, na decoração de pratos, em picles.
SEMENTE
Época de colheita: Primavera / Verão
Modos de preparo: come-se dentro do fruto
RECEITAS
PLANTAS COMESTÍVEIS SEMELHANTES
Em Portugal existem várias plantas silvestres comestíveis aproximadas e de usos idênticos à Malva Silvestre, todas pertencentes à família Malvaceae, como são exemplo: a Althaea officinalis, de seu nome popular alteia mas também conhecida em algumas regiões por malvaísco ou malvavisco, a Althaea rosea, conhecida por malva-real ou malva-da-Índia, ou a Lavatera Arborea vulgarmente chamada malva-arbórea.
OUTROS USOS
Desde a antiguidade que a Malva é muito utilizada para tratar problemas do foro digestivo, em casos de inflamação e irritação, em úlceras gástricas e do duodeno, gastrite, colite, catarros, faringite, laringite, bronquites, tosse, tendo uma forte ação expetorante e emoliente. É ainda útil no tratamento de infeções urinárias e ginecológicas, na forma de lavagens. Em cataplasmas pode utilizar-se para extrair furúnculos, abcessos, estilhaços ou outras impurezas e inflamações da pele. Em clisteres, para limpeza dos intestinos, revestindo-os ao mesmo tempo de uma camada de mucilagem. Quando tomada na forma de tisana tem uma ação suavemente laxante. Usada em gargarejos é muito útil para tratar inflamações da boca e gengivas. Quando mastigados, os frutos da malva largam um líquido gomoso que cria uma camada protetora, cicatrizante e anti-inflamatória na boca e no estômago.
São particularmente nutritivas para as mulheres em fase de amamentação porque estimulam a produção de leite. Além disso, sob a forma de compressas, servem para tratar os mamilos gretados durante a amamentação.
A variedade alteia é muito utilizada no fabrico de xaropes e rebuçados contra a tosse, mas também na produção dos famosos marshmallows (espécie de gomas brancas e/ou cor-de-rosa muito apreciada pelas crianças), que já os antigos Egípcios faziam a partir de um pó obtido da raiz como oferta aos seus deuses e faraós.
Sempre que seja necessário um efeito calmante do aparelho digestivo, urinário ou respiratório as malvas ou a alteia são um bom remédio de ação suavizante.
A malva é um ingrediente frequente na composição de cosméticos e pomadas. Com a ação da malva é possível tratar borbulhas; para isso basta juntar raiz de malvas (ou alteia) em pó a qualquer creme de pele neutro, misturar bem e aplicar esta máscara sobre borbulhas ou furúnculos da pele, deixar actuar por 15 a 20 minutos e depois retirar com água morna. O resultado é uma pele mais limpa, sedosa e elástica.
Os corantes creme, amarelo e verde podem ser obtidos da planta e das cabeças das sementes. A fibra obtida das hastes é útil na criação de cordas, tecidos e papel.
A malva é uma espécie de fácil cultivo e crescimento, que não requer cuidados. Caso queira plantar malvas na sua horta e tirar delas o melhor partido, escolha um terreno arenoso em pleno sol, onde produzirá uma maior colheita de folhas. É igualmente importante ter em conta o seu porte, sobretudo se escolher as variantes mais arbustivas, e não esquecer que esta planta tem raízes profundas. Deve-se semear de Fevereiro a Abril. As malvas são resistentes a temperaturas negativas até -20° C.
Atrai abelhas e outros insetos polinizadores para o seu jardim.
PRECAUÇÕES
Não se conhece nenhum perigo para a saúde relacionado com o consumo da Malva sylvestris. De facto, esta espécie é de tal modo inócua que deu origem à expressão popular espanhola "eres una malva", usada para caracterizar as pessoas bondosas e delicadas.
*A Recoletora e os seus autores não se responsabilizam por quaisquer incidentes ou efeitos adversos decorrentes do uso de plantas ou remédios neste site mencionados, e declinam qualquer responsabilidade sobre eventuais erros, omissões ou uso indevido das informações aqui contidas. Apesar de correctas, as sugestões terapêuticas não pretendem funcionar como alternativa a uma consulta médica especializada.