A partir da observação atenta das características de 10 plantas silvestres (Calêndula, Capuchinha, Cavalinha, Dente-de-leão, Erva-de-São-Roberto, Funcho, Hortelã-de-burro, Tanchagem, Trevo e Urtiga), vamos compreender os seus benefícios energéticos e terapêuticos, segundo a teoria da “Linguagem das Plantas”. 

A “Linguagem das Plantas”, também denominada de “Doutrina das Assinaturas” ou “Assinaturas Botânicas”, é um saber ancestral que relaciona os sinais (assinaturas) que as plantas possuem — principalmente aqueles que se referem à aparência da planta, como a cor, a morfologia e a textura — com as qualidade curativas que podem trazer para a saúde humana e dos animais.

Alguns do exemplos mais conhecidos são:
a) a noz, cuja estrutura simétrica faz lembrar o cérebro com os seus dois hemisférios, é rica em ómega 3, várias vitaminas e gorduras boas, que ajudam apoiar o funcionamento cerebral, a diminuir o envelhecimento das células do cérebro, prevenindo a demência e reforçando a memória.
b) a cenoura, cuja fatia circular se assemelha a um olho, é rica em vitamina A, que contribui para a manutenção da saúde ocular, diminuindo a probabilidade de cataratas;
c) o gengibre, cuja morfologia é parecida ao estômago, é um potente antioxidante e anti inflamatório que ajuda a combater inflamações estomacais, prevenindo e ajudando no tratamento de gastrite e úlceras.

Este estudo das assinaturas das plantas terá sido iniciado na Antiguidade, aprofundado com os físicos gregos Dioscórides e Galeno, e sistematizado, principalmente, pelo médico/alquimista da Renascença alemã, Paracelso (1493-1541).

Atualmente, a “Linguagem das Plantas” é entendida como um conhecimento empírico, resultado da acumulação de séculos de experiência, dos erros e sucessos da medicina popular de várias culturas, transmitido através da criação de mnemónicas (que associam o benefício da planta a alguma característica sua) e que garantem a memorização, a conservação e a transmissão destes saberes em sociedades de tradição oral. 

Apesar de ter sido criada numa altura em que o homem não tinha dados científicos ao seu dispôr para além da observação continuada, esta teoria tem sido tema de várias publicações contemporâneas (como por exemplo The Language of Plants: Science, Philosophy, Literature, por Monica Gagliano; The Language of Plants: A Guide to the Doctrine of Signatures, por Julia Graves; The Lost Language of Plants: The Ecological Importance of Plant Medicines for Life on Earth por Stephen Harrod Buhner) e a base de investigação de projetos nos campos da ciência e da arte nos dias de hoje.

É urgente recuperar estes conhecimentos ancestrais, que nos ligam aos seres vivos vegetais, e começar a ver as plantas como os organismos sofisticados que são, que processam informação e que desenvolvem estratégias de comunicação complexas.

* A inscrição neste workshop inclui a oferta de um caderno de notas, um pequeno manual sobre o tema (uma edição da Recoletora, com textos da Gabi) e uma bebida silvestre de degustação.

• Abertura e apresentação 
• O que é são as Assinaturas Botânicas e a sua história
• Assinaturas Botânicas: 
  • Anatomia
  • Cores
  • Habitat
• Exercício de observação de 10 plantas espontâneas
• Degustação de refresco de flores de sabugueiro

Gabi Pastro (Jundiaí, Brasil, 1985; vive e trabalha a partir de São Paulo) é bióloga, herbalista e especialista em ervas aromáticas e especiarias. É licenciada em Biologia (2012) e mestre em Evolução e Diversidade (2015) pela Universidade Federal do ABC. Hoje, atua no ramo da alimentação saudável, da agricultura urbana e das plantas medicinais, orientando cursos de curta e longa duração relacionados com estas temáticas (herbalismo, ervas medicinais, especiarias, chás e infusões, cosmética natural, doutrina das assinaturas), através dos seus projetos Hortas e Saberes e Escola de Ervas e Especiarias, fundados em 2015 e 2018 respectivamente. Escreve para o blog Viveiro Orgânico - Sabor de Fazenda e foi consultora regular das revistas Paisagismo e Jardinagem, Natureza e Plantas, Flores e Jardins.

O espaço Entre Quintas, onde se realizará o workshop, é a estação número 5 do Museu da Cidade, o museu municipal do Porto que se estende da zona ocidental à oriental da cidade em 17 estações que incorporam espaços muito diversos. Situa-se na Rua de Entre Quintas numa antiga Escola Primária, reabilitada em 2017, e alberga atualmente o projeto educativo do Museu da Cidade. Ladeado pelos jardins da Casa Tait, da Extensão do Romantismo e do Palácio de Cristal, o espaço Entre Quintas configura-se como um refúgio da cidade, com vistas desafogadas sobre as hortas comunitárias e o rio Douro.

Política de cancelamento de inscrição:
Caso o participante pretenda cancelar a sua inscrição na atividade, poderá fazê-lo com direito a reembolso completo até 8 dias antes da realização da mesma. A partir dessa altura não nos é possível efectuar qualquer reembolso.

Política de cancelamento da atividade:
Caso a atividade seja cancelada devido a condições meteorológicas pouco favoráveis à sua realização ou por motivos de força maior, a escolha de uma das seguintes opções será proposta ao participante:
a) re-agendamento de uma nova data para a realização da atividade, de acordo com a disponibilidade do grupo.
b) reembolso total do valor pago aquando da inscrição.